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Em busca da equidade

terça-feira, 31 de outubro de 2017

Bruxas: quem são elas?

Vamos Ler e desmistificar?

"31 de outubro: a Wicca comemora a festa de Beltane, ou o Halloween. O auge da primavera, a fertilidade. Dia mágico de nutrir nossos sonhos... continue a ler em http://t.co/4sEm1c5w Ser ¡Voz! A Grande Arte do Ser Bruxa - o que teria que falar sobre o tema, está escrito em uma matéria (aí o link), mais seria redundância. Viva o saber feminino!” Gláucia Lima – escritora é uma das coordenadoras do FMFi

“Bruxas eram mulheres empoderadas. Insubordinadas. Livres.♀♂
Que conheciam as ervas, os mistérios da natureza, da vida, da morte. Seu corpo, seu ciclo menstrual, seu poder.
Muitas não se casavam, preferiam viver na floresta com os animais e suas amigas. Ou sozinhas com suas plantas.
Recusavam os padrões da normatividade.
As que se casavam certamente não eram submissas a seus maridos como as mulheres da época.
Tinham sabedoria da ancestralidade, curavam doenças, dançavam pra lua, contavam histórias.
Tinham visões, sonhos, intuições.
Eram mulheres, apenas.
Foram perseguidas e mortas na idade média no maior feminicídio ja visto por representarem uma ameaça ao patriarcado. Por saberem o que os homens não entendiam.
Associadas a imagens de feias, assustadoras, velhas, solitárias, loucas e principalmente más.
A caça às bruxas foi possivelmente o início do afastamento das mulheres de sua própria essência. Por questão de sobrevivência passaram a renegar sua natureza selvagem, se esconder e a ver  como amaldiçoado seu corpo de mulher.
Nós somos as netas não só das que não conseguiram queimar mas principalmente das que queimaram.
Carregamos a história de todas as mulheres e o fogo da inquisição arde em nós.
E dele renascemos.”

“Somos as netas de todas as bruxas que vocês não conseguiram queimar.” ♀♂
Essa frase, recorrente no feminismo, nos gritos e nas marchas de rua, diz muito sobre quem somos e, por isso, é tão bonita. Ser bruxa sempre foi associado a coisas ruins. A bruxa é a vilã de todas as histórias, é quem causa o mal em diversos contos de fada, é quem acaba com o amor. A bruxa é aquela que tem que morrer. E foi exatamente isso que aconteceu na Idade Média.
Explico. Na chamada Inquisição, a Igreja Católica perseguiu todos e todas que fugissem minimamente de suas estritas regras, para assim, no final das contas, se manter com poder e dominação. Neste grupo, estavam as bruxas, mulheres do mal, tomadas pelo demônio, seres execráveis e totalmente perigosos. Assim se dizia na época. A solução? Tortura! Forca! Fogueira! Isolamento total! Basicamente a negação total dos direitos humanos (noção que não existia na época), supostamente em nome de Deus.
E o que faziam essas mulheres de tão terrível? Nada. Eram simplesmente mulheres que não faziam questão de se enquadrar na ideia de mulher proposta pela Igreja e pela sociedade como um todo. Eram mulheres que não acreditavam no Deus dos católicos, mulheres que desenvolviam e reproduziam suas próprias sabedorias, mulheres que lésbicas… mulheres que, de uma maneira ou de outra, “pecavam”. Todas essas mulheres, sob a alcunha de bruxas, eram assassinadas sem dó nem piedade por uma população fervorosa, guiada por uma instituição completamente desumana.
De minha parte, acredito que matar mulheres por dançarem nuas sob o luar, independentemente do contexto histórico, não passa de feminicídio e de uma evidente misoginia.
Mas eu entendo porque esse tipo de coisa aconteceu na história da humanidade. Na verdade, entendo porque acontece até hoje – não sejamos hipócritas, mulheres morrem todos os dias por culpa do machismo. O mundo tem medo de mulheres que tentam fugir das regras. Caracterizar uma mulher como bruxa não passa de uma tentativa de diminuir as forças dessa mulher. Para que ela não se junte a outras mulheres. Para que ela tenha medo e não perceba que, coletivamente, tem força suficiente para mudar o mundo e torná-lo mais livre.
A imagem da bruxa, depois, se tornou recorrente em meios pedagógicos (bem mais doutrinários e moralizantes do que pedagógicos) para ensinar as meninas como elas não podiam ser. “Meninas, se vocês forem diferentes, vão acabar estigmatizadas como todas as bruxas da Inquisição. Vão acabar queimadas em praça pública que nem elas.” Deu no que deu. Gerações e gerações de mulheres invisibilizadas e amedrontadas, renegando as mais velhas que foram contra a maré.
Seja as bruxas da Europa, as indígenas da América ou as negras da África e das religiões afro-brasileiras (quem nunca ouviu a frase infeliz “chuta que é macumba”?) todas elas tiveram seus conhecimentos e forças renegados pelos homens brancos e poderosos, organizados na política, na religião, em tudo.
Hoje, depois de saber tudo isso, penso que devemos continuar. Ser feminista hoje em dia ainda significa confrontar os dogmas patriarcais da sociedade. E, sendo feministas, devemos ter orgulho da luta de todas as mulheres, da força de todas elas, e afirmar: somos, sim, as netas de todas as bruxas que vocês não conseguiram queimar. E seguiremos em frente.


RESPEITAMOS AS CULTURAS DOS POVOS!!! FMFi – Fórum de Mulheres no Fisco

_Imagens do Google

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A T E N Ç Ã O:


Posição do Fórum de Mulheres - FMFi:

Golpistas, Racistas, Sexistas, Fascistas, Machistas, não passarão!
Não ao voto em ‘golpista’, FMFi reafirma seu compromisso pela Democracia!

“(...) A violência baseada no gênero, não importando a forma como se apresenta, é uma violação dos direitos humanos passível de condenação por todos os estados-parte da Declaração de Genebra. O Brasil como signatário dessa declaração, obriga-se a cumpri-la e sua política nacional deve ser pautada pelos seus fundamentos.
Portanto, o FMFi - Fórum de Mulheres no Fisco conclama toda a sociedade a repudiar toda e qualquer atitude, machista, homofóbica e preconceituosa que ponha em risco a harmonia entre homens e mulheres, independente de etnia, classe social ou condição.”